Para advogado, vitória do Coxa em briga na justiça evitou cascata
Por Tomás Rosolino.
Na última sexta-feira, dia 29 de outubro, o Coritiba ganhou o direito de receber 125 mil euros (cerca de R$ 300 mil) do Marítimo, de Portugal, pela transferência do atacante Anderson Gomes, no final da temporada de 2007. Seria mais um caso normal de compensação financeira pela saída de jovens atletas no Brasil, corriqueiro na última década, mas a vitória se mostrou de vital importância para o futuro das transferências no país.
Representante dos paranaenses, o advogado Eduardo Carlezzo comemorou o triunfo, esclarecendo não se tratar de um fato benéfico apenas ao clube coxa-branca. "Fiquei bastante conte com o resultado, pois o CAS (Corte Arbitral do Esporte) decidiu unanimemente a nosso favor. Foi uma decisão importante, já que, se dessem ganho de causa ao Marítimo, poderíamos ver o começo de um 'efeito cascata'", afirmou, explicando o porquê da constatação.
"Se eles conseguissem que o Tratado da Amizade entre Brasil e Portugal validasse a negociação sem nenhum benefício ao Coritiba, estaríamos abrindo a porta para a saída de uma multidão de jovens atletas para Portugal. Isso à princípio, pois as transferências poderiam se expandir para outros destinos, principalmente da União Europeia", analisou, reforçando que o principal argumento da decisão foi o fato de o tratado servir para beneficiar pessoas físicas, e não pessoas jurídicas, como o Marítimo.
Agora no Santo André, o atacante era uma das grandes revelações do Coritiba naquela temporada. Hoje, segundo Carlezzo, existem muitas cobranças de clubes brasileiros em relação à saída de jovens para Portugal. Assim, a vitória, como ele próprio fez questão de frisar, evitou uma debandada ainda maior dos novos valores do futebol brasileiro, rumo ao Velho Continente.