Atlético-GO atrai olhares do mercado e mantém conversas com três possíveis investidores

Contas equilibradas e competições atraentes, como Série A e Sul-Americana, são trunfos.

Com a recente chegada de investidores estrangeiros em equipes como Cruzeiro, Botafogo e Vasco, a expansão das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) tende a ser uma realidade no Brasil, e o Atlético-GO desponta como potencial alvo, afirmam profissionais diretamente ligados à transformação do Dragão em clube-empresa.

Segundo os advogados Marcos Egídio, diretor administrativo do Dragão, e Eduardo Carlezzo, cujo escritório em São Paulo foi contratado para prospectar investidores no exterior, o Atlético-GO já se prepara para esse momento desde 2019, e as conversas intensificaram nos últimos meses.

Recentemente, o presidente Adson Batista revelou que o grupo do norte-americano John Textor, que depois comprou as operações do Botafogo, chegou a negociar com o Atlético-GO. Outro investidor que sondou o Dragão antes de flertar com o América-MG foi o bilionário Joseph DaGrosa, também norte-americano e dono da Kapital Football Partners.

De acordo com Marcos Egídio, tais tratativas não avançaram, mas foram apenas duas de um total de pelo menos cinco aproximações que o Atlético-GO já fez no mercado. O dirigente administrativo afirma que o clube ainda conversa atualmente com outros três possíveis investidores.

- Conversamos com alguns investidores que depois partiram para negociações com Botafogo (Textor) e América-MG (DaGrosa), mas isso é apenas o começo. Sabemos que os grandes grupos nem chegaram ao Brasil, ainda estão por vir. Temos três conversas em andamento, mas é preciso calma. Acredito que os primeiros, que se precipitarem, vão fazer negócio ruim, pois é o início do processo, assim como os que ficarem por último, pois o mercado estará saturado. Vamos buscar o meio termo.

Diante disso, o Atlético-GO não trabalha com um prazo exato para negociar seu futebol. Marcos Egídio fala em algo a médio prazo, de dois a quatro anos para amarrar todas as pontas. O advogado Eduardo Carlezzo também mantém cautela e explica que o processo é complexo.

- São negociações com muitos detalhes. Vender um clube de futebol não é como vender um jogador. A própria regra do Adson (Batista) para nós é ter cuidado, cautela. O clube não está em busca de um simples cheque, mas sim de um investidor que tratá status maior ao clube.

Carlezzo, no entanto, afirma que alguns fatores beneficiam o Atlético-GO. Segundo ele, competições importantes no calendário e, principalmente, uma saúde financeira equilibrada são trunfos para o Dragão.

- Vários indicadores fazem do Atlético-GO um clube interessante para os investidores. O legado da atual gestão é a responsabilidade financeira. Há 15 anos, o clube estava totalmente quebrado. Hoje, acabou com as dívidas cíveis e tem compromisso com o Profut, pagando tudo em dia inclusive na pandemia. Quando você mostra isso para o investidor, é um diferencial. Mesmo com orçamento pequeno para a Série A, conseguiu resultados expressivos e lucro nos últimos cinco anos. Está novamente na Sul-Americana e só não foi para a Libertadores pelo saldo de gols.

O que ainda é visto como possível entrave para o aporte de capital estrangeiro ao Atlético-GO é o modelo de negócio. Quanto das ações seriam vendidas? Quem ficaria com o controle do futebol na prática? Questões que ainda estão sobre a mesa, já que investidores dificilmente topariam comprar menos do que 51% das operações, assim como a atual diretoria do Dragão não pretende ficar à parte do processo.

- Essa é uma das questões que mais dificultam, pois não abrimos mão de ter o controle. O Adson tem participação decisiva no dia a dia do clube. A princípio, uma das condições seria negociar no máximo 49% das ações da Atlético-GO Goianiense S/A - conclui Marcos Egídio.


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