Especialista analisa pedido do Flamengo de paralisar o Brasileiro: "Nuances fragilizam"

Rubro-Negro quer que o campeonato pare durante a disputa da Copa América.

O Flamengo entrou, nesta quinta-feira, com pedido no STJD para paralisar o Campeonato Brasileiro durante a Copa América. Para analisar este pedido, o Seleção SporTV ouviu Eduardo Carlezzo, advogado especialista em direito esportivo

– Temos uma legitimidade esportiva do Flamengo, coisa que também teriam Palmeiras e Atlético-MG. Entendo que poderiam levar para frente um pedido dessa natureza. Há um desequilíbrio da competição – falou Carlezzo, mostrando os argumentos favoráveis ao pedido do Flamengo.

Além de Gabigol e Everton Ribeiro, que ficarão com a seleção brasileira, o Flamengo terá os desfalques de Arrascaeta (Uruguai), Isla (Chile) e Piris da Motta (Paraguai) durante a Copa América.

– Outra questão é a falta de legitimidade da Copa América. Nós temos uma em 2015, 2016, 2019 e 2021. Temos uma Copa América totalmente "caça-níquel". Quando há a convocação de um atleta, quem continua pagando os salários são os clubes. Deveria, sim, haver a paralisação do campeonato nacional, sobretudo a Série A, durante a Copa América – completou.

O advogado também mostra os argumentos contrários ao pedido do Flamengo, como o calendário apertado.

– O momento adequado para levantar isso era no Conselho Técnico, mas os clubes entenderam que deveriam continuar até o final. Claro que o prejuízo veio depois, mas tínhamos aquele momento.

– Outra questão, temos datas suficientes? Nós sabemos que não há. Um pedido desse faria que o campeonato continuasse em janeiro, encavalando mais um ano. Há um desequilíbrio técnico? Sim, mas a partir do momento em que os clubes concordaram em continuar jogando na pandemia, coisa que também trouxe desequilíbrio técnico... Há uma série de nuances que fragilizam o pedido.

Questionado se um pedido em conjunto, com outros times que tiveram jogadores convocados, como Palmeiras e Atlético-MG, teria mais força, Carlezzo diz que sim.

– Não há no regulamento dizendo que um pedido coletivo seria mais forte do que um individual. Mas sobre o ponto de vista político, se houvesse um entendimento de todos os clubes que cederam jogadores, certamente haveria um fortalecimento deste pedido.


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