Nacional pretende endurecer frente ameaça de devolução de Morro
Por Gustavo Ribeiro, Gazeta do Povo.
Clube uruguaio rebate declaração do presidente do Atlético e afirma que questão não é tão simples.
O presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, pretende devolver o atacante Morro García ao Nacional do Uruguai. A principal prova desse objetivo é a intenção – divulgada pelo Twitter do dirigente – de não pagar as parcelas restantes da negociação herdada da diretoria anterior. O Furacão comunicou o clube uruguaio de que não vai quitar a parcela cujo vencimento ocorreu no início deste mês.
“Existe um problema aí porque recebemos um documento dizendo que o Atlético não iria pagar. É um problema. Ele [Morro] foi vendido e o Atlético terá de pagar”, cobrou o gerente esportivo do Nacional, Daniel Enríquez.
O valor total da transferência de Morro é de US$ 6,2 milhões. Até agora foram investidos US$ 3,2 milhões. Desse valor, US$ 2 milhões foram para o Nacional e US$ 1,2 milhão seguiram para o empresário do atleta, Daniel Fonseca. O restante deverá ser pago em parcelas que se estendem até o final de 2013 – o clube uruguaio ainda tem US$ 2,4 milhões a receber, e o empresário, mais 600 mil.
“Não sei como isso vai terminar. O acordo está feito para que paguem. Não é devolver [o jogador] e ‘obrigado’. Temos de chegar a um acordo”, seguiu Enríquez, que não negou o desejo de contar novamente com o jogador. “Interessa, mas temos de ver a questão administrativa, porque foi feita a venda para o Atlético”, fechou.
Petraglia voltou a escrever, na tarde de ontem, no Twitter que não quer Morro no elenco atleticano. “Estamos buscando a rescisão da compra do Morro”, escreveu. “Das comissões pagas pelo Morro fora e dentro do Brasil, o valor supera US$ 2 milhões de dólares... só vendo para acreditar”, reclamou o mandatário atleticano.
De acordo com as normas da Fifa, não existe a possibilidade de que Morro seja devolvido. “No regulamento da entidade não há disposição alguma sobre devolução de atleta.
Quando é feita a transferência em definitivo, é definitivo, independentemente se rendeu ou não”, explicou o advogado especialista em direito desportivo, Eduardo Carlezzo.
Pelo Atlético, o atacante uruguaio jogou 18 partidas (nenhuma completa) e marcou apenas dois gols. Ele chegou ao CT do Caju no início de julho de 2011, credenciado por ter sido o artilheiro do Campeonato Uruguaio, com 23 gols. Além disso, jogou a Libertadores no ano passado e marcou outras duas vezes.
A Gazeta do Povo entrou em contato com o Atlético, mas o clube comunicou, via assessoria de imprensa, que não falaria sobre o assunto.