Messi, Neymar e Mbappé? Por que contratar o argentino não é uma missão simples para o PSG

Por Daniel Mundim, Globo Esporte.

Craque está livre no mercado, mas seu alto salário é problema para o time francês, que conta com elenco estrelado. Equipe teria que negociar jogadores e não quer se desfazer de Mbappé.

O PSG tem dinheiro. Muito dinheiro. Lionel Messi está livre no mercado e não vai renovar com o Barcelona. É a chance de reviver a parceria do craque com Neymar. Tudo se encaixa, não? Não exatamente. Todos os caminhos levam a crer que o destino provável do ídolo argentino é Paris. Mas a missão do time francês não é tão simples.

Quem assinar com Lionel Messi deve arcar com um salário bruto estimado em 80 milhões de euros (R$ 496 milhões) por ano, que ainda é pouco mais que a metade do seu contrato anterior com o Barcelona. Um montante “irreal” para o PSG no momento, segundo fontes ouvidas pelo jornal “L'Equipe”. E não basta simplesmente ter esse valor todo disponível para fazer a operação.

– Por mais incrível que pareça, para alguns clubes da elite financeira do futebol europeu, adquirir o Messi é um problema. Isto porque estes clubes estão atados às regras do fair play financeiro, que limita substancialmente seus gastos, fazendo com que seja necessário uma complexa engenharia financeira para a contratação do atleta – diz Eduardo Carlezzo, advogado especializado em direito desportivo e transferências internacionais.

Pelas regras do Fair Play Financeiro da Uefa, o clube que assumir tal responsabilidade precisa provar que tem condições de cobrir todo o contrato. E mais: deve comprovar a origem das receitas. Essa última parte é o principal obstáculos para clubes como o PSG, que têm um dono ou acionista majoritário.

A regra prevê que investimentos do dono, ou de empresas ligadas a um grupo do mesmo acionista, não podem superar 30% da receita bruta do clube. Por violar tal regra que o Manchester City foi punido em fevereiro de 2020, mas depois absolvido no tribunal superior. O PSG foi investigado pelo mesmo motivo, mas o processo foi arquivado.

O time parisiense tem que Neymar, Mbappé e Di María. Contratou Sergio Ramos, Donnarumma, Wijnaldum e Hakimi. Incorporar o jogador que possui os maiores vencimentos do futebol mundial vai exigir sacrifícios. E isso deve significar a venda de atletas expressivos. Especialmente para um clube que teve perdas financeiras consideráveis durante a pandemia.

Na atual janela de transferências, o Paris fez apenas uma venda: a do lateral-esquerdo Bakker para o Bayer Leverkusen por 7 milhões de euros (R$ 43 milhões). É muito pouco. Uma solução prática seria, enfim, negociar Mbappé, constantemente especulado no RealMadrid.

O jovem atacante francês vai para seu último ano de contrato. E, segundo o “L'Equipe”, entre assinar com Messi e garantir a renovação de Mbappé, o time parisiense prefere a segunda opção. Em junho, quando o ex-camisa 10 do Barcelona já era assunto em Paris, o presidente da equipe francesa, Nasser Al-Khelaïfi, se esquivou.

– O que posso dizer é que todos os grandes jogadores querem vir para o PSG. Todos. E para ficar claro, não digo isso respondendo sobre Messi. Não é possível trazer todos eles, especialmente quando nós já temos grandes jogadores também. De qualquer forma, Messi é o Messi, um jogador fantástico – comentou o dirigente, há dois meses.

Mas se não for o PSG, para onde Messi iria? O Manchester City seria o segundo candidato. Mas esse movimento parece pouco provável após o clube gastar 100 milhões de libras (R$ 723 milhões) por Jack Grealish e negociar com Harry Kane. A terceira via que surge é a Major League Soccer (MLS) a partir de um sonho pessoal do camisa 10: morar nos Estados Unidos.

O Campeonato Francês começa nesta sexta-feira, e na próxima semana começam o Espanhol e a Premier League. A janela de transferências nas principais ligas europeias fica aberta até o dia 31 de agosto.


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